quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Nome do Vento - Patrick Rothfuss








Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 966
Editor: Edições Gailivro

Sinopse:

Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provação dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a história da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias. Contada de forma elegante e enriquecida com vislumbres de histórias futuras, esta "autobiografia" de um herói rica em detalhes é altamente recomendada para bibliotecas de qualquer tamanho.

A minha opinião:

Antes de mais, peço desculpa pela demora na publicação da crítica desta leitura, sinto sempre mais dificuldade em opinar sobre os livros de que gostei mais porque receio não conseguir expressar tudo o que merece ser dito!

Talvez comece por dizer que Patrick Rothfuss é de facto um belíssimo contador de histórias! Só assim se consegue que 966 páginas passem sem quase darmos por isso!

O Nome do Vento é o primeiro livro de uma trilogia, o seu protagonista é Kvothe, uma personagem realmente fantástica, sobre quem muito se diz e pouco se sabe verdadeiramente! Por isso mesmo, Kvothe concordou em contar a história da sua vida a um cronista, desmitificando lendas e mitos que pairam sobre ele. Para contar toda a sua história, Kvothe achou que precisaria de 3 dias e assim sendo cada livro corresponde a um dia de relato da sua vida.

Kvothe começa por contar-nos que pertence aos Edema Ruh, uma família de nómadas, falando-nos do seu modo de vida e de tudo o que aprendeu neste meio (música, teatro, "magia", ...) com os pais e com outros membros da trupe.

Conta-nos também como perdeu toda a sua família e amigos quando ainda era uma criança e a forma como conseguiu sobreviver sozinho e sem nada pelas ruas de uma cidade desconhecida. Achei esta parte especialmente intensa e muito bem descrita, acho que foi aqui que a personagem de Kvothe me cativou por completo, "sofrendo" quase com a sua dor.

Kvothe era um rapaz com uma inteligência acima do normal e com uma curiosidade de tamanho equivalente. Tinha uma grande paixão pela música e pelos livros, ou melhor, por todo o saber que os livros lhe podiam proporcionar. E foi isso que o levou desde criança a sonhar ir para a Universidade, pois era onde sempre lhe disseram que se encontrava o Arquivo com milhares de livros que lhe poderiam dar todas as respostas que ele ansiava (como descobrir quem matou os seus pais) e onde poderia aprender entre outras coisas, o Nome das Coisas.

Dentro da Universidade Kvothe viveu várias peripécias, mas a que mais me tocou foi a relação com Auri, uma rapariguinha que vivia escondida num local secreto num dos pólos da universidade e a quem ele passou a levar comida e outros presentes. O autor proporciona-nos diálogos simplesmente deliciosos entre estas duas personagens que parecem esquecer por momentos todos os seus problemas enquanto, em cima de um telhado, trocam presentes e constroem uma imagem especial e fantasiada das coisas mais simples que oferecem um ao outro! Fiquei completamente enternecida ao lê-los. Mostro-vos alguns exemplos:

"- Que me trouxeste? (...) - Uma chave - disse, orgulhosamente, oferecendo-ma. (...)

- É muito bonita - disse - O que abre?

- A Lua. (...) Assim, se houver uma porta na Lua, poderás abri-la."

(...)

- Trouxe-te pão (...) E uma garrafa de água.

- (...) O que tem a água? - perguntou, puxando a rolha e espreitando o interior.

- Flores(...) E a parte da Lua que não está no céu esta noite. Também a enfiei aí dentro.

- Já falei na Lua - disse, com entoação vagamente desaprovadora.

- Então são apenas flores. E o brilho de uma libélula. Queria um pedaço da Lua, mas o brilho azul de uma libélula foi o melhor que consegui." - - - pág. 518


" - Trouxe-te um vinho de mel.

- (...) O que tem dentro?

- Raios de sol - respondi. - Um sorriso e uma pergunta.

Aproximou o gargalo da orelha e sorriu-me. - A pergunta está no fundo - disse-lhe.

- Uma pergunta pesada - respondeu ela, estendendo-me a mão. - Trouxe-te um anel.

- O que faz? - perguntei.

- Guarda segredos. (...) Não os conta. Apenas os guarda.

- Serve - exclamei, algo surpreso. - Os segredos são teus - disse ela, como se explicasse algo a uma criança. - Não poderia servir a mais ninguém." - - - pág. 903

Em suma, este é realmente um grande livro em tamanho e em qualidade! Desde a capa, que adorei e que parecia atrair-me para ler a sua história, até ao seu contéudo que nos leva para um mundo à parte (cheio de magia, música, arte, romance, aventuras, mistério,...) de onde eu não queria sair! Enfim, um livro de literatura fantástica que é realmente Fantástico! Espero ansiosa pelo segundo volume desta trilogia.

6 comentários:

  1. Uma triologia a considerar!!
    Não fui a tempo da votação do próximo livro a ler mas optaria sem dúvida por TIM!!! Adoro Collen McCullought!!! Experimenta também 'O toque de Midas' e 'Pássaros Feridos'. Bjs e boas leituras!!

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  2. Nossa este vai pra lista agora, adorei a resenha. Obrigada pela dica :)

    bjo

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  3. Depois de ler esta opinião, fiquei mesmo com vontade de ir a correr comprar o livro para o poder ler.
    Adorei os excertos, que são um doce.

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  4. Esta é relamente uma estreia fantástica do autor! ficou no top dos meus dez melhores do ano passado e, se não me engano ou em 1º ou 2º :) agora já percebeste porquê, não?
    bjs e boas leituras!

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  5. eu adorei este livro!
    estou a espera que saia o próximo que vai chamar-se '' O medo do homem sábio ''
    Não sei se já tem data de estreia em portugal, mas aconselho vivamento a todos os que gostam de ler este livro, é demais.

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Obrigada pelo comentário! :)