sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Enquanto houver estrelas no céu - Kristin Harmel

 
 
Edição/Reimpressão: 2014
Páginas: 384
Editora: Porto Editora
 

A minha opinião: Não consigo encontrar as palavras certas para descrever o quanto este maravilhoso livro mexeu com as minhas emoções, o quanto tocou o meu coração. Simplesmente perfeito. Os ingredientes que o tornam assim estão todos lá, cada um na dose certa.

Ao iniciar a leitura fiquei de imediato rendida á forma de escrever de Kristin Harmel, fui logo conquistada pela veracidade das personagens e arrebatada pela maravilhosa estória que começava a ganhar forma.

Vou tentar não revelar muito da estória, tal como não está revelado na sinopse, para que tal como eu vocês se deixem surpreender...

Diria que temos duas personagens principais. Hope e Rose. Neta e Avó. Hope tem 36 anos, está divorciada, tem uma filha Annie e dirige a confeitaria herança da sua família, onde faz uns deliciosos bolos e doces. A mãe morreu de cancro da mama, nunca conheceu o pai. As feridas emocionais que Hope carrega levam-na a duvidar de si mesma e da existência do amor.

Rose, avó de Hope está no fim da sua vida, sofre de Alzheimer esse facto leva-a a ser atormentada pelo seu passado, pelas escolhas que fez, pela culpa e saudade que carrega.

É então que Rose sente que é hora de contar á sua neta e bisneta quem verdadeiramente é, e tudo o que deixou para trás. Rose entrega a Hope um papel com alguns nomes e incumbe á neta a tarefa de descobrir o que aconteceu a cada uma daquelas pessoas, á sua família.

A estória é nos contada a duas vozes, ora por Rose ora por Hope, intercalando passado e presente.

Hope parte assim para Paris na tentativa de dar alguma paz ao coração da avó, mas nada a podia preparar para as descobertas que vai fazer e que no fim a levam a encontrar-se a si mesma.

Somos transportados muitas vezes para Paris em tempos de guerra, da 2ªGuerra Mundial, ao passado de Rose, onde testemunhamos os horrores cometidos sobre os judeus. É nestas alturas que o melhor e o pior do Homem vem á superfície e pelo meio testemunhamos não só o mau, mas também a bondade e coragem de alguns. São muitos os factos históricos que nos são dados a conhecer sobre este período tão negro da História da humanidade.
É também aqui que nos é dada a conhecer a história de amor de Rose e Jacob, bela, profunda, dolorosa, infinita como as estrelas.
Conhecemos alguns costumes e tradições de cristãos, judeus e muçulmanos e somos levados a refletir no quanto as religiões têm de diferente ou não, porque no fundo "São os homens que criam as diferenças. Isso não significa que o Deus não seja o mesmo.".

Houve muitos momentos em que fiquei de coração apertado, pelas injustiças que se cometeram naquele tempo, pelo que podia ter sido e não foi, quase senti a angústia de Rose e a ansiedade de Hope na busca de respostas antes que fosse tarde demais, foram algumas as lágrimas que soltei.

Mas também os sorrisos, "Enquanto houver estrelas no céu" é rico em pormenores, não esquecerei os contos de fada que Rose contava á neta e que tinham muito de verdadeiro, os doces tão apetitosos e especiais da confeitaria da família (alguns capítulos são iniciados com essas receitas) e que tanto simbolizavam, a busca de Rose nas estrelas...

Este livro tem várias histórias dentro da história cada uma mais cativante que a outra.

Adorei várias personagens, Hope pela sua fragilidade e força ao mesmo tempo, Rose por tudo, pela sua coragem e capacidade de resistência, Jacob pela sua bravura e devoção a Rose, Gavin pela sua amabilidade e generosidade, Annie (apesar de por vezes ser um bocadinho irritante) pela sua inocência e capacidade de acreditar e Alain pela sua doçura.

Vida, morte, amor, perdão, tristeza, escolhas, esperança e recomeços estão presentes nesta inesquecível história.

Amei "Enquanto houver estrelas no céu", o qual recomendo vivamente pois de certeza não vai deixar ninguém indiferente.

Sem dúvida um dos melhores livros que já li.


Classificação: 5 Excelente!

2 comentários:

  1. Já andava curiosa com este livro pela sinopse e pela capa, depois desta opinião será mesmo um livro para tentar arranjar e ler em 2015 ;)

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  2. Sim, lê, porque é maravilhoso este livro, o meu preferido do ano que passou. :)

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Obrigada pelo comentário! :)