Aquele Verão na Sicília - Marlena de Blasi
"Descobri que ele não era bom porque não podia ser bom. Não era um homem bom. Tal como não era um homem alto nem louro nem tinha pés grandes. Senti-me melhor quando o compreendi. Algumas pessoas nascem vazias, senhor. Não conseguem conter em si boas ações, paciência, bondade ou amor. O meu pai não sorria para mim, nem falava comigo, não por eu não ser uma pessoa boa ou digna, mas porque sorrir, conversar ou ser bondoso eram coisas que ele não tinha capacidade de fazer."
Pág.151
"(...) O meu pai não sorria para a minha mãe, não falava bem com ela, não lhe segurava o rosto com as mãos como eu vira o Signor Brasini fazer á mulher um dia no mercado. (...) Tudo isto me conduziu á verdade de que há dois tipos de homens no mundo. Os homens como Brasini e os que não são como Brasini. Aqueles que nos seguram o rosto nas mãos e nos beijam como nos filmes e aqueles que nunca em dez milhões de anos nos seguram o rosto nas mãos e nos beijam como nos filmes. Mas a espécie de homens que não o consegue fazer não tem culpa. Não pode simplesmente fazê-lo. Tal como o meu pai não podia ser bom. Alguns homens nunca vão ter cabelos louros e nunca vão segurar o rosto de uma mulher nas mãos e sorrir como se ela fosse um anjo. E não importa o que essa mulher faça, diga, pareça ou seja (...).
Pág. 152
"- Não tenho a certeza se desejo que te apaixones ou se desejo que o amor nunca te encontre. A dor é grave em qualquer dos casos."
Pág. 185
"Receio que acredites, como todos nós, que podemos continuar a usar o nosso tempo sem razão. As nossas vidas parecem infinitas até que descobrimos que temos muito pouco tempo."
Pág. 199
"Somos infinitamente nós próprios."
Pág. 201
"Nós somos o que somos eternamente."
Pág. 254
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