terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Rapariga que Roubava Livros - Markus Zusak







Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 463
Editor: Editorial Presença
Sinopse


A minha opinião:

Esta é a história de uma menina chamada Liesel. Uma menina que viveu em plena Alemanha Nazi. Uma menina que ganhou uma paixão por livros, pelas palavras e pelo poder das palavras, ao encontrar o seu primeiro livro caído no chão coberto de neve do cemitério onde tinha acabado de ver enterrar o seu irmão. Uma menina que encontrou a Morte três vezes. Uma menina que conseguiu despertar o interesse da Morte e que fez com que fosse a própria Morte a querer contar-nos a sua história. E, "Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la."

Mas, também poderia dizer que esta é a história da vida da Morte em plena Alemanha Nazi e em plena 2ª Guerra Mundial. A história das vidas inocentes que ela carregou nos seus braços, das pessoas que ela viu chorar os seus entes queridos, de todos os cenários de horror por onde ela foi passando, das cores que o céu apresentava em cada momento e do cansaço que ela sentia.

Ou então, poderia ainda dizer que esta é a história da vida de várias pessoas únicas encurraladas numa luta que não era a delas. É a história da família Hubermann que acolheu Liesel mesmo estando na miséria; da família Steiner, em especial de Rudy, o miúdo alemão que sonhava ser Jesse Owens, o atleta americano negro; de Max, o judeu nascido na Alemanha, que refugiado na cave da família Hubermann escreveu um livro para Liesel em cima das páginas arrancadas do livro escrito por Hitler; de Tommy, outro dos inocentes que vivia na rua Himmel; de Ilsa Hermann, a mulher do Presidente da Câmara e sua biblioteca; de Frau Hotzafel e seus dois filhos; etc.

O detalhe que nestas descrições sempre se repete é o cenário, o contexto: um país - Alemanha, um idealismo - Nazismo, um líder - Adolf Hitler, um período no tempo - a Alemanha em plena 2ª Guerra Mundial. E este é o ambiente que se vive e se respira na leitura deste livro. Senti a angústia de cada inocente e a vontade de fazer algo contra as injustiças como se estivesse lá a vivenciar cada momento junto das personagens, tal como também sorri com as pequenas alegrias e as pequenas vitórias de cada um.

Gostaria também de realçar que dos livros que tenho lido sobre a Alemanha Nazi, este foi o único que para além de nos narrar as injustiças cometidas sobre todos os judeus perseguidos por Hitler, mostra-nos também o lado dos alemães inocentes, que viviam entre a espada e a parede, prestando vassalagem e dando as suas vidas pelo seu Fuhrer.
Adorei todas as personagens mas, posso afirmar que jamais esquecerei: Hans Hubermann, o seu acordeão e o pão que deu àquele judeu moribundo; Rudy e o beijo por que tanto ansiava (e o que eu chorei quando ele por fim o recebeu, infelizmente sem o já poder sentir!); Max e o seu "A Sacudidora de Palavras"; e claro, Liesel, a rapariga que roubava livros e que os amava como ninguém!

Sobre a relação de Liesel com as palavras também muito haveria a dizer... amou-as mesmo antes de saber ler e chegou a odiá-las quando percebeu que era através das palavras que Hitler envenenava, de várias formas, toda uma nação.

"Arrancou uma página do livro e rasgou-a ao meio. (...)
Em breve havia apenas farrapos de palavras espalhados entre as suas pernas e a toda a sua volta. As palavras. Por que haviam elas de existir? Sem elas não haveria nada disto. Sem palavras o Fuhrer não era nada."

Este livro fez-me recordar um dos meus filmes preferidos o "A Vida é Bela" e tal como o filme, também o livro é de uma beleza arrasadora.

Muito mais haveria a dizer mas, é-me impossível transmitir-vos tudo o que gostaria, só posso dizer que aconselho vivamente esta leitura e espero que a saibam apreciar tanto como eu!

3 comentários:

  1. Como eu te entendo.. Também chorei com este livro. A história é bela, pura e terrivelmente verdadeira. Lê a minha opinião em http://gostodetilivro.blogspot.com/2008/07/rapariga-que-roubava-livros.html . Beijinhos :)

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  2. A,
    Os olhos até ficam brilhantes só de recordar a intensidade com que se vive esta história.

    Também adorei Hans, mas adorei-os as todos, não consigo separar estas vidas quando ligados por mim laços invisíveis, todos juntos complementam e fazem a diferença nesta história.

    Citas-te muito bem a força das palavras, eu pessoalmente adoro a palavra mas é como dizes uma arma poderosa que já levou as nações à ruína e muitos homens a conquista.
    Mas neste livro deixa a nostalgia de quem as amava, “A Rapariga Que Roubava Livros”, e que irei eternizar na minha memória.

    Beijinhos*

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  3. Gostei muito desta sinopse que consegue levantar a ponta do véu da história, sem nos revelar em demasia, mas despertando em nós a vontade de ler este livro.
    Parabéns!

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Obrigada pelo comentário! :)